“MILÃO=MODA+DESIGN, segundo o que me disseram sempre foi assim e pelo o que vi e senti essa equação nunca vai mudar. Milão é sinônimo de estilo; as ruas, os edifícios, as lojas e, principalmente, as pessoas. O italiano conhece moda e sabe usá-la. Não é a toa que o slogan deste ano da Feira Internacional de Mobiliário brinca perguntando – Onde? E responde irônico – Em Milão, onde mais?! A semana de design de Milão deste ano, segundo os especialistas, veio mais tímida (reflexos da “crise”), mas é difícil identificar este adjetivo na imensidão dos pavilhões cheios de idéias, produtos e pessoas, muitas pessoas.
As principais empresas de design do mundo estavam lá, mostrando seus lançamentos ou simplesmente celebrando a sua existência, como era o caso da milanesa Kartell, que comemorou 63 anos de existência, com o tema “Work in Project”. Lotadas de visitantes – algumas até com filas nas portas – estavam as marcas tradicionais de moda: Fendi, Missoni, Kenzo, Cavalli… Algumas mais novas dentro deste segmento, mas muitas já estabelecidas há anos nas áreas de design e mobiliário. Além do design arrojado, estas marcas trazem para o universo do mobiliário seus ícones consagrados, seus símbolos e suas cores, seduzem pela qualidade impecável da execução e pelo status de peças “haute couture”. A marca italiana famosa por suas “animal prints”, Roberto Cavalli, arrebatou os visitantes com um festival de bichos por toda parte; cortinas, tapetes, sofás, tudo coberto com suas estampas animais, “high fashion” para alguns, “too much” para muitos! A Missoni trouxe novas estampas, cobrindo tudo também, mas em cores e coordenados mais amenos. Outra italiana, a Moschino, apresentou a sua nova coleção, inspirada na figura histórica do Arlequin, a tradicional gola sanfonada da fantasia, deu shape às mesas e o tradicional xadrez cobriu armários e aparadores.
Me encantaram as marcas de mobiliário, também italianas, Mogg, Cattelan e a Fratelli Boffi, que revisitaram clássicos com uma bossa atual, utilizando materiais tradicionais como a palhinha e a folha de ouro. Fatiando partes de mesas clássicas (como se um serrote fluorescente passasse louco por elas) ou fazendo junções de diferentes modelos de sofás em um só, tudo novo e tudo usável.
Se Milão é a capital da moda italiana, não poderia ser outra a capital internacional do design. A Itália possui este DNA, moda e design são conceitos que caminham juntos, refletem as tendências de comportamento da sociedade e alimentam o desejo inerente à maioria, de possuir elementos que agregam beleza e significado as suas vidas.”
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Leonel Fernandes
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