Boa leitura! Os bilhões de reais aplicados na Baixada Santista nos últimos anos terão de bancar a conta deixada pelos ciclos de crescimento do passado. É essa, em essência, a expectativa que consta do plano metropolitano elaborado pelos nove municípios que compõem a área. “O momento que atravessamos, com os investimentos privados e públicos, é o mais adequado para fazer o resgate das dívidas acumuladas ao longo da história”, afirma o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa (PMDB). A meta agora é organizar o planejamento metropolitano no mesmo ritmo em que ocorre o boom econômico, o que a região jamais conseguiu. Prefeitos da Baixada admitem a dívida social e também a ambiental, mas apontam o deficit habitacional como o principal desafio. Apenas 5% da área total da Baixada, cercada por áreas de preservação, resta para ser ocupada. “Entre todos os problemas, a carência habitacional é a maior. A região ficou anos sem projeto de moradia de interesse social. A demanda reprimida é enorme”, diz Papa. Hoje, 33,2% das moradias são inadequadas, ou 165 mil. A organização da região metropolitana, com algum consenso sobre prioridades, pode, enfim, ligar o planejamento com o orçamento. “É uma mudança que representa, de fato, uma novidade em relação ao que se fazia no passado”, disse Débora Blanco, diretora técnica da Agência Metropolitana da Baixada Santista. MOBILIDADE Um dos grandes desafios é descentralizar as oportunidades de trabalho. A concentração da oferta na porção em que está Santos, localizada na ilha de São Vicente, força o deslocamento diário de um exército de trabalhadores entre as cidades da região. Estudos do governo paulista mostram que mais de 740 mil pessoas deixam, todo dia, a cidade em que moram na Baixada para ir ao trabalho. “Isso representa cerca de 60% da força de trabalho da região. É preciso que essas pessoas tenham oportunidades [mais próximas] de trabalho para que não precisem se deslocar pela região todas as manhãs”, afirma Débora. Milhares de trabalhadores usam hoje as ciclovias. Oriundos de Santos, São Vicente ou Guarujá, rumam principalmente para o porto. Um acordo regional, porém, promete criar o primeiro transporte público sobre trilhos na Baixada, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). A estrutura é modesta: 11,3 quilômetros de extensão, interligando São Vicente ao porto de Santos, na região do Valongo. Poderá transportar 45 mil pessoas por dia. O governo do Estado abriu a licitação para a compra das 22 composições que operarão nesse trecho e prevê concluir essa concorrência no mês que vem. A previsão para o início da operação do VLT é o primeiro semestre de 2014. SANEAMENTO O Programa Onda Limpa, de saneamento básico, mira ainda o atendimento da população atual, não a futura. Foram construídos sete estações de tratamento, duas de pré-condicionamento e o emissário submarino de Praia Grande. A coleta de esgoto atinge 80% da população. Há um plano de investimentos de R$ 1 bilhão para elevar a coleta a 100%. (ab) Fonte: Folha de S.Paulo Online]]>
Bilhões de reais da Baixada Santista terá de pagar conta de falta de planejamento integrado – Folha de S.Paulo 24/Jun
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