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Bertioga corre risco devido a desordem habitacional – Folha de S.Paulo 08/Jul
Boa leitura! Em dez anos, município cresceu 59%, um dos maiores índices do Estado; inchaço ocorreu em áreas favelizadas. Bertioga, cidade que mais cresceu proporcionalmente na Baixada Santista em dez anos, vive o desafio de sair da rota do desenvolvimento insustentável -modelo que se repete em quase todo o litoral. Dados do IBGE mostram que a população do município aumentou 59% entre 2000 e 2010. O inchaço ocorreu principalmente em áreas ocupadas de forma ilegal. Vivem na cidade, de forma fixa, 47.645 pessoas, diz o IBGE. O número passa de 400 mil na temporada de verão. Estimativas oficiais indicam que 27 mil pessoas moram de forma ilegal. Segundo o vereador Alfonso Dari Weiland (PRP), o Alemão, boa parte da população da cidade não tem título de propriedade do imóvel. O exemplo mais emblemático de falta de regularização, de acordo com o político, é o caso do Jardim Ana Paula, uma das 17 áreas que surgiram a partir de invasões. Em abril, não fosse o poder público, 3.500 pessoas teriam que sair do bairro, por causa de uma ação de reintegração de posse. Uma imobiliária ganhou liminar na Justiça que dava a ela o direito de retomar o terreno. “Houve uma negociação. Haverá um programa de crédito para as pessoas comprarem suas casas”, afirma Alemão, que diz não ser nem oposição e nem situação. INTERESSE SOCIAL As consequências do “boom” desordenado são problemas de ordem social e ambiental. Hoje, mais de 80% do município de Bertioga está em área preservada. “Vivemos um processo de favelização. São pessoas que estão vivendo sem serviços, sem saneamento básico”, diz Ermínio Aguiar, voluntário da ONG Boraceia Viva, e participante dos conselhos municipais da cidade. O que precisa ser feito, diz um dos líderes da sociedade civil de Bertioga, é implantar um plano de interesse social na cidade, que envolva recursos de várias esferas governamentais para resolver o problema das invasões. Essa é uma ideia que a arquiteta Estela Alves, assim como outras pessoas ligadas a movimentos locais, corrobora. “O crescimento a qualquer custo e o uso do solo predominantemente ligado à produção de residências de veraneio são problemas sociais que precisam ser equacionados”, diz a pesquisadora. De acordo com Alves, que fez sua dissertação de mestrado sobre o crescimento da cidade e os efeitos na sustentabilidade ambiental, faltam políticas públicas que enfrentem os problemas socioambientais da região. Procurada pela Folha durante a última semana, a Prefeitura de Bertioga não se manifestou. Fonte: Folha de S. Paulo]]>
Rita carrasco e Renata Guimarães[/caption]
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