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A maior expansão econômica da Baixada Santista em 50 anos vai atrair 400 mil pessoas para a região até 2020. Isso equivale ao surgimento de uma nova cidade de Santos num prazo de oito anos. Com 1,6 milhão de habitantes, a região metropolitana da Baixada, que congrega nove municípios e onde está situada parte da maior porção contínua de mata atlântica preservada do país, vive uma febre de investimentos.litoral sul
Bilhões de reais da Baixada Santista terá de pagar conta de falta de planejamento integrado – Folha de S.Paulo 24/Jun
Boa leitura! Os bilhões de reais aplicados na Baixada Santista nos últimos anos terão de bancar a conta deixada pelos ciclos de crescimento do passado. É essa, em essência, a expectativa que consta do plano metropolitano elaborado pelos nove municípios que compõem a área. “O momento que atravessamos, com os investimentos privados e públicos, é o mais adequado para fazer o resgate das dívidas acumuladas ao longo da história”, afirma o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa (PMDB). A meta agora é organizar o planejamento metropolitano no mesmo ritmo em que ocorre o boom econômico, o que a região jamais conseguiu. Prefeitos da Baixada admitem a dívida social e também a ambiental, mas apontam o deficit habitacional como o principal desafio. Apenas 5% da área total da Baixada, cercada por áreas de preservação, resta para ser ocupada. “Entre todos os problemas, a carência habitacional é a maior. A região ficou anos sem projeto de moradia de interesse social. A demanda reprimida é enorme”, diz Papa. Hoje, 33,2% das moradias são inadequadas, ou 165 mil. A organização da região metropolitana, com algum consenso sobre prioridades, pode, enfim, ligar o planejamento com o orçamento. “É uma mudança que representa, de fato, uma novidade em relação ao que se fazia no passado”, disse Débora Blanco, diretora técnica da Agência Metropolitana da Baixada Santista. MOBILIDADE Um dos grandes desafios é descentralizar as oportunidades de trabalho. A concentração da oferta na porção em que está Santos, localizada na ilha de São Vicente, força o deslocamento diário de um exército de trabalhadores entre as cidades da região. Estudos do governo paulista mostram que mais de 740 mil pessoas deixam, todo dia, a cidade em que moram na Baixada para ir ao trabalho. “Isso representa cerca de 60% da força de trabalho da região. É preciso que essas pessoas tenham oportunidades [mais próximas] de trabalho para que não precisem se deslocar pela região todas as manhãs”, afirma Débora. Milhares de trabalhadores usam hoje as ciclovias. Oriundos de Santos, São Vicente ou Guarujá, rumam principalmente para o porto. Um acordo regional, porém, promete criar o primeiro transporte público sobre trilhos na Baixada, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). A estrutura é modesta: 11,3 quilômetros de extensão, interligando São Vicente ao porto de Santos, na região do Valongo. Poderá transportar 45 mil pessoas por dia. O governo do Estado abriu a licitação para a compra das 22 composições que operarão nesse trecho e prevê concluir essa concorrência no mês que vem. A previsão para o início da operação do VLT é o primeiro semestre de 2014. SANEAMENTO O Programa Onda Limpa, de saneamento básico, mira ainda o atendimento da população atual, não a futura. Foram construídos sete estações de tratamento, duas de pré-condicionamento e o emissário submarino de Praia Grande. A coleta de esgoto atinge 80% da população. Há um plano de investimentos de R$ 1 bilhão para elevar a coleta a 100%. (ab) Fonte: Folha de S.Paulo Online]]>
Boa leitura! Levantamentos recentes mostram que, em 2011, os imóveis valorizaram perto dos 30% em cidades como Santos e Campinas. Esses aumentos de preço são até maiores que os constatados em São Paulo, com seus 25%. Isso se deve a dois fatores. O primeiro: as cidades vizinhas à capital têm vida econômica cada vez mais forte. Santos, além de ser um lugar lindo para morar, tem o maior porto organizado do país e vive o boom do pré-sal, com a chegada da Petrobras e de seus fornecedores. Campinas -e região- tem uma indústria moderna e competitiva e há décadas se consolidou como o principal parque industrial do Estado. Além disso, o crescimento econômico atrai pessoal qualificado e gera necessidades habitacionais. A renda gerada é canalizada ao consumo de todo tipo de produtos e serviços, inclusive imóveis. Como distância se mede em minutos e reais, e não em quilômetros, é razoável alguém morar em cidades próximas e trabalhar em São Paulo -dependendo do bairro paulistano em que a pessoa viveria, o tempo de deslocamento não é muito maior. O custo de transporte é um pouco mais alto por causa dos pedágios, do combustível e da manutenção do carro, mas a distância, medida em minutos e reais, é mais leve para aqueles que podem trabalhar à distância e não precisam estar em São Paulo todos os dias da semana. O ônibus fretado, que é mais barato, permite viajar dormindo ou fazendo amigos, mas é uma solução melhor para quem tem empregos com horários rígidos. A compensação de morar em cidades próximas à capital está na qualidade de vida. Com o mesmo dinheiro de um apartamento normal em São Paulo, compra-se uma magnífica casa em um condomínio fechado ou um apartamento perto da praia. Imóvel mais agradável, maior sensação de segurança, ambiente mais amigável aos filhos e menor custo de vida já levaram muitos paulistanos a optar por morar nas prósperas cidades vizinhas. Para esses municípios, essa demanda de gente de fora aumenta os preços dos imóveis, tanto para quem chega como para quem é da cidade. Esses dois fatores -o desenvolvimento da cidade e a chegada de moradores oriundos da capital- geram demanda real e provocam o aumento dos preços. Há ainda outro fator, derivado. Em imóveis, a exemplo de outras atividades que têm face especulativa, crescimento chama crescimento. Algumas pessoas avistam um boom imobiliário e passam a desejar obter bons ganhos em relativamente pouco tempo e mediante um risco baixo, na visão delas. Essas pessoas correm para comprar um imóvel na planta, na certeza de poder vendê-lo com bom lucro em um par de anos. O comportamento especulativo eleva ainda mais a demanda natural dos imóveis e seus preços. ROY MARTELANC é professor de finanças da FEA-USP e coordenador da pós em negócios do mercado imobiliário da FIA. Fonte: Folha de S.Paulo Online]]>