Na década de 1980 , um incêndio destruiu o prédio que ficou 20 anos abandonado.
Há 130 anos o Teatro Guarany foi inaugurado em Santos, no litoral de São Paulo. O local foi o primeiro prédio da cidade construído para ser teatro. Na década de 1980, um incêndio destruiu o prédio que ficou 20 anos abandonado, o Teatro Guarany foi devolvido à população santista no dia 7 de dezembro de 2008. Com iniciativa da prefeitura, o local foi totalmente restaurado para abrigar apresentações artísticas e a uma escola municipal de artes cênicas, e impulsionar ainda mais a revitalização do Centro Histórico. A obra de reconstrução do Teatro, inaugurado em 7 de dezembro de 1882, respeitou as formas originais do prédio na sua parte externa e refez toda a área interna com infraestrutura e característica das mais modernas casas de espetáculos. Com custo de R$ 6,7 milhões, viabilizado pela iniciativa privada, por meio da Lei Rouanet, o projeto foi elaborado pelo arquitetoNey Caldatto Barbosa, da Seplan (Secretaria de Planejamento).”
“Foi uma restauração desafiadora, não foi uma obra simples. O projeto recupera tudo que era de original e que o prédio se mostrava. Técnica construtiva, ornamentação, cores. Nós fizemos uma intervenção, que revela um pouco de sincretismo entre o novo e o antigo, porque o novo se adapta, ele vem e se molda entro do espaço que o teatro oferecia para a gente. Esse foi o grande desafio e a surpresa ao vê-lo pronto”, diz o arquiteto Ney Caltatto.
O artista plástico Paulo Von Poser foi contratado pela Prefeitura para pintar o maior espaço do prédio, o teto. Foram cinco meses de trabalho que fizeram, inclusive, o artista morar no teatro. “Para poder me adaptar um pouco a dinâmica da obra, e encaixar os horários, era também um trabalho muito concentrado, e viver um pouco o teatro. Quando eu entrei aqui a primeira vez a obra já estava acontecendo, quer dizer, quando eu vim não tinha nem teto para conhecer, mas viver aqui, ter contato com a própria dinâmica, foi uma experiência que me ajudou na própria concepção e na intensidade do trabalho”, lembra o artista plástico.
A escolha do desenho foi inspirada em cenas da ópera ‘O Guarany’. “A primeira cena é uma luta guarani, é uma índia morta, que é o motivo de toda essa desavença, e também é uma homenagem a esse povo que sofre. Depois têm os personagens principais, Ceci e Peri, e aí acontece toda a história circundando, como uma alegoria, e lá em cima é o encontro desse amor, um amor tão incrível entre um índio, um super-herói e uma adolescente portuguesa”, conta o autor da pintura. A obra foi toda desenhada sobre tela de algodão, trabalhada em partes, como em um quebra-cabeça. “Ele foi todo feito a grafite, carvão e a cor entra quase como uma cor sobre o desenho com um giz caran d’ache”, explica Paulo.
Roberto Peres, diretor da escola de Artes Cênicas do Guarany, acredita que a cultura do teatro constrói o público que irá apreciá-lo. “Para você ter cultura, você tem que ter várias manifestações, uma delas é o teatro. E você tendo uma escola de teatro, automaticamente você vai formar pessoas que se não forem para o palco trabalhar, pelo menos serão uma plateia informada, preparada para assistir”.
Segundo Taís Curi, jornalista e pesquisadora, a partir da inauguração do Teatro Guarany Santos, o Teatro entrou na rota cênica mundial, ao lado de Rio de janeiro, Buenos Aires e outros municípios de sucesso da época.
Fonte: http://www.portal.santos.sp.gov.br/agendacultural/page.php?27 http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2012/12/teatro-guarany-em-santo s-completa-130-anos-de-inauguracao.html
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